Vitalidade dos jovens e a vontade de aprender incentivaram mãe de aluno a voltar estudar na universidade

Idade nunca foi obstáculo para a graduanda de Direito,Cristiane Sirtoli Venturini, mas, sim, um privilégio, afinal, pode compartilhar dessa fase da vida com o filho, Henrique

Cristiane Sirtoli Venturini e Henrique Sirtoli Venturini, ambos graduandos de Direito no UniBrasil. Ela no 9º período do curso; ele, no 4º período. Foto de arquivo pessoal.

Você já se perguntou se os seus sonhos têm prazo de validade? Ou, até mesmo, se questionou se algum dia mudaria de profissão? Ou ainda, por cima, se indagou se voltaria aos bancos da universidade, mesmo depois de construir uma carreira profissional consolidada?

Para o romancista castelhano Miguel de Cervantes, o céu é o limite para as pessoas que anseiam materializar os próprios sonhos. Isso o dramaturgo já dizia no século XVI. Passados cinco séculos, essa ideia se faz presente no imaginário dos sonhadores.

Esta é a história da Cristiane Sirtoli Venturini, mãe do Henrique Sirtoli Venturini, de 18 anos, formada em Administração na FESP-PR (Fundação de Estudos Sociais do Paraná), se dedica a legislação de informática em uma multinacional japonesa e, ainda, concilia com os estudos na segunda graduação em Direito, no UniBrasil. Além disso, se define como uma mulher com muita ânsia em aprender. Para ela, a idade nunca foi obstáculo para voltar a estudar, mas, sim, um privilégio, afinal, pode compartilhar dessa fase da vida com o filho.

 

“O Direito veio a somar a minha profissão”

Em 2015, Cristiane Sirtoli Venturini iniciava a trajetória acadêmica no curso de Direito, do UniBrasil. À época, ela tinha pedido afastamento do trabalho para curtir a infância do filho. Em entrevista concedida à instituição, a graduanda relembra que, enquanto estava em casa, sentia falta do dinamismo da empresa onde trabalhava. 

“Precisamente, em 2013, decidi que seria o momento de dar um tempo [do trabalho]. Ele [Henrique] estava crescendo, e eu queria aproveitar a infância dele. Fiquei seis anos fora”, conta Cristiane. Ela continua: “como eu sempre trabalhei em ambiente dinâmico, chegou um momento que eu sentia falta [da rotina da empresa]. Tinha em mente que não trabalharia o dia todo, porque não atingiria o objetivo de ficar com o meu filho”.

Diante do desafio de conciliar a tripla jornada de trabalho (a de mãe, estudante e profissional), Cristiane optou por retornar aos bancos da universidade para agregar conhecimento ao trabalho administrativo que desempenhava, desde 1994. 

“Sempre admirei o Direito. Como minha atividade sempre teve o viés jurídico, o meu trabalho passou a exigir o entendimento de conhecimentos do Direito. Então, acabei optando por estudar, fazendo outra faculdade. Por quatro anos, a minha rotina era deixar o meu filho no colégio e, depois, ir para aula no UniBrasil. Quando terminavam as aulas, pegava ele na saída e íamos para casa estudar”, relembra com nostalgia. 

Por questões pessoais, teve que trancar o curso. Entre idas e vindas, atualmente, está cursando com afinco a graduação. Com algumas matérias por fazer, para cumprir a grade curricular, Cristiane faz disciplinas em alguns períodos, mas está regularmente matriculada no 9º período. 

 

Grupo de estudos do Direito Civil

No ano de 2017, Cristiane participou do Grupo de Estudos de Direito Civil, sob a supervisão da professora Rosalice Fidalgo Pinheiro, que, à época, coordenava a equipe. Tendo em mente que o intuito de Cristiane era “curtir o que estava estudando”, se aventurou na produção de um artigo, para apresentar no EVINCI (Evento de Iniciação Científica). 

“Eu escrevi um artigo relacionado a discriminação dos contratos educacionais da pessoa com deficiência”, diz. Segundo conta a estudante, a professora responsável pelo grupo inspirava os alunos. Nas palavras dela, considera a professora uma “biblioteca ambulante”. 

Quando questionada sobre a diferença de idade entre os colegas de turma, Cristiane deixa claro que nunca foi um empecilho para se relacionar e, muito menos, para acompanhar os estudos. “Sempre me considerei uma pessoa disciplinada e dedicada, não senti grandes dificuldades. Tinha à minha disposição a vontade de aprender e a vitalidade deles [dos jovens]. Em muitas situações contava com a ajuda dos meus colegas”, confessa. 

A graduanda conta que chegou insegura na faculdade, por conta de dois motivos: ambiente totalmente diferente e enfrentar pessoas mais novas. Mas, apesar dos desafios, enfatiza que o intuito sempre foi sentir a “adrenalina de estudar e pesquisar”.

Colação de grau em Administração, da Cristiane Sirtoli, em 1996. Foto de arquivo de pessoal.

De bailarina à administradora

Cristiane surpreende ao contar a própria história. Antes de adentrar ao universo dos números e da legislação, ela volta aos tempos de juventude, quando suas habilidades eram voltadas ao mundo do ballet. A vida dela girava em torno dos movimentos coreográficos, que envolviam técnicas mais rígidas, típicas da dança clássica. 

Em 1991, Cristiane chegava a capital paranaense para seguir o sonho de se tornar uma bailarina profissional. Nesse período da vida, ela recorda com nostalgia e imensa paixão pela dança. “Eu vim [para Curitiba] para estudar na Escola de Danças Clássicas. Iniciei a faculdade de dança, na PUCPR. Tinha passado no teste da Escola de Danças Clássicas do Teatro Guaíra. E amava dançar”.

Mesmo com o intuito de seguir carreira como bailarina, os ventos da vida a levaram a seguir outros rumos. Por influências externas, optou por não concluir o curso e seguir os passos do pai na área administrativa, no qual se graduou em 1996. 

Foto de arquivo pessoal.

Mãe e filho, ambos estudantes de Direito

Estudar com a mãe, na visão de Henrique, é “estranho”; na dela, “é um privilégio”. “São poucas as pessoas que têm essa oportunidade. Me dá uma satisfação estar compartilhando dessa fase da vida dele”, comenta. 

Na entrevista, ela deixa muito claro que não se vê advogando. “Como eu sempre trabalhei em empresa, e é um ambiente que eu gosto, o Direito veio, apenas, para somar na minha atual profissão, como administradora”, finaliza. 

Henrique se diz fascinado pelo Direito Penal. No entanto, ainda vislumbra, algum dia, seguir carreira militar. 

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