Os impactos da desinformação: como a falta de verificação de fatos impulsiona o crescimento das fake news nas redes sociais
Com o avanço das tecnologias de comunicação e a popularização das redes sociais, informações falsas e manipulações se espalham rapidamente, influenciando a opinião pública, distorcendo a realidade e criando um ambiente de desconfiança. A falta de processos rigorosos de verificação e a ausência de responsabilidade clara por parte das plataformas digitais agravam ainda mais esse cenário.
O professor Dr. Gabriel Alexandre Bozza, do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário UniBrasil, explica os principais fatores que contribuem para a propagação da desinformação.
“A falsa sensação de anonimato e impunibilidade nas redes sociais alimentam a propagação de notícias falsas, discurso de ódio e radicalização. Muitas vezes, o que se vê como liberdade de expressão acaba se transformando em uma distorção da realidade. Essas informações se espalham por câmaras de eco, onde os usuários compartilham, curtem e comentam, criando narrativas que geram desconfiança e confusão. Isso dificulta a desconstrução dessas mentiras, que acabam se tornando “verdades’’ no imaginário social, principalmente com a viralização em plataformas digitais. O impacto disso pode ser irreversível e afetar profundamente a sociedade”.
De acordo com o Prof. Bozza, a ausência de um sistema rigoroso de verificação de fatos, como o iniciado pela Meta nos EUA, levanta preocupações globais. A tendência dessa mudança é a ampliação das notícias falsas e das redes de desinformação, uma vez que a responsabilidade de checar a veracidade dos fatos é transferida para os próprios usuários.
Com a implementação de sistemas como as “notas de comunidade”, disponíveis no Facebook e Instagram, as plataformas deixam de garantir um processo de verificação adequado, deixando que a veracidade das informações dependa da iniciativa individual de quem acessa o conteúdo. Isso pode intensificar ainda mais a disseminação de informações falsas.
Para não contribuir com a divulgação de notícias falsas, verificar as informações é sempre a iniciativa mais eficaz.
O professor ainda alerta: “Existem diversas plataformas que operam, há anos, na checagem de fatos, como a Agência Lupa, Boatos.org, Estadão (Estadão Verifica), G1 (Fato ou Fake), Aos Fatos, Comprova, etc. São soluções de amparo ao usuário na Internet. As plataformas de IA também podem ser usadas hoje para checagem de fatos, ainda que elas possam ser induzidas a apresentar um padrão de resposta. Ou seja, esteja sempre atento às informações. Não dá para acreditar em tudo o que recebe”.
Para checar a veracidade de uma informação, é importante seguir alguns passos úteis: verifique a data da postagem para garantir que a informação não esteja desatualizada, analise a fonte de onde ela se origina, observe se a notícia é repetida em outros portais confiáveis e consulte sites de checagem de fatos. Além disso, evite confiar em conteúdos repassados em redes sociais, onde a disseminação de informações falsas é mais comum. Esses cuidados ajudam a evitar a desinformação.
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