ProEx e PET de Direito do UniBrasil promovem projeto com apenados da região metropolitana de Curitiba

O projeto foi proposto pela Professora Andrea Lobo e contou com a produção de um livro cartoneiro escrito pelos alunos juntamente com os apenados de Pinhais 

Durante todo o primeiro semestre de 2024, os alunos dos Projetos de Extensão (ProEx) 1,3 e 5 e os alunos do Programa de Educação Tutorial (PET) de Direito do UniBrasil realizaram um projeto com apenados do município de Pinhais, região metropolitana de Curitiba.  

O título do projeto é “Reconstruindo Subjetividades: Abordagem de Direitos Humanos, Igualdade de Gênero e a Paz Social com Apenados a partir de Oficinas de Livros Cartoneiros” e foi proposto pela Professora Andrea Lobo.  

O projeto ocorreu através de uma parceria do UniBrasil com o Conselho da Comunidade do Fórum de Pinhais e os apenados que participaram são atendidos por ele. As oficinas incluíram escrita de textos, desenho e um grande mutirão de pintura coletiva de capas de papelão e o objetivo era transformar os textos e desenhos produzidos coletivamente em um livro cartoneiro.  

Os livros cartoneiros são livres, independentes e abordam temáticas não contempladas pelos livros tradicionais. A Profa. Andrea Lobo é editora cartoneira e faz parte do circuito de livros cartoneiros independentes desde 2017 e quis apresentar o projeto aos acadêmicos na prática.  

Os apenados atendidos pelo Conselho da Comunidade de Pinhais foram divididos em dois grupos para a execução do projeto. O primeiro, composto por homens que possuem medidas protetivas por terem cometido algum tipo de violência contra as mulheres, ficaram realizando as atividades com os alunos do décimo período e do PET.  

O segundo grupo é composto por apenados que cometeram crimes mais leves, alguns ligados ao tráfico ou trânsito, cumprindo penas de serviços comunitários variando de 90 a 900 horas. Para esse grupo, foi desenvolvido um trabalho ao longo de quatro encontros, desenvolvido por alunos do segundo e sexto períodos, além de alunos do PET.  

Além dos alunos, a Profa. Andrea Lobo também convidou uma psicóloga forense, uma especialista em desenvolvimento pessoal e um designer para participar dos encontros. “A psicóloga e a especialista em desenvolvimento pessoal trabalharam com esse grupo de apenados e com os alunos do ProEx I e III em três oficinas diferentes. Durante essas oficinas, os alunos do segundo e sexto períodos, juntamente com os alunos do PET e as profissionais convidadas, conduziram atividades de sensibilização, promovendo valores como autocuidado, autoafeto, autocompaixão e autobondade. 

O título do livro produzido no projeto é “Quebrado, Porém Inteiro: A Arte de Ser Transformado”. Ele foi inspirado em uma das dinâmicas realizadas pelas profissionais envolvidas, onde foi abordado a história das xícaras Kintsugi, uma arte japonesa que consiste em reparar xícaras quebradas com pó de ouro, transformando algo que iria para o lixo em algo valioso. 

“Partindo dessa ideia, estruturamos o livro com os escritos e as imagens produzidas nas oficinas por apenados e alunos do UniBrasil, sobre os temas de autocompaixão, autocuidado, transformação e valorização de si. O livro está ficando muito bonito, sendo escrito e ilustrado por alunos e apenados.”, comenta a Profa. Andrea.  

A professora comenta ainda sobre a vontade de realizar este projeto mais vezes. “Gostaria muito que pudéssemos realizar iniciativas semelhantes com outros conselhos da comunidade em diferentes cidades. Muitos alunos, até mesmo de Direito, conhecem pouco sobre esses órgãos, que são extremamente necessários para a sociedade.”  

Andrea destaca também a importância de realizar um projeto como este. “No projeto, eles estiveram juntos, integrados, trocaram ideias, pintaram e escreveram. Alguns dos apenados eram da mesma idade dos nossos alunos, então, além de fazer extensão, os alunos fizeram isso inseridos na comunidade, entendendo o outro extremo do Direito, aquele que a sociedade muitas vezes rejeita e tem preconceito. Eles puderam perceber que a realidade é bem diferente da teoria e aprimoraram-se como seres humanos, recolhendo papelões das ruas e percebendo a importância da reciclagem. Perceberam que, assim como o papelão ia para o lixo e pode ser transformado através do cuidado e da arte, as pessoas marginalizadas também podem ser transformadas quando recebem um olhar de cuidado e afeto. Muita coisa bonita aconteceu ali, e talvez eu ainda nem consiga mensurar completamente.” 

O lançamento oficial será no dia 28 de junho, a partir das 18h30. Os livros serão lançados e haverá uma exposição com as fotos do projeto no Centro Cultural de Pinhais, que possui um anfiteatro localizado atrás do fórum. Os alunos irão participar do evento, assim como os apenados, autoridades de Pinhais, membros do fórum e a juíza Daniele Miola, que aprovou a iniciativa e tornou possível sua realização.  

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