‘Café Democrático’ tem o intuito de ser uma extensão da sala de aula, propiciando conteúdos complementares aos estudantes de graduação e pesquisadores de Mestrado e Doutorado, sobre temas constitucionais, vinculados à democracia e aos direitos fundamentais
“[O objetivo do Podcast ‘Café Democrático’é] Ultrapassar os limites formais do espaço acadêmico, quando eles [ouvintes] estão mais abertos para a absorção de novas informações”. É desta forma que o professor Paulo Schier define o propósito do Podcast “Café Democrático”, um espaço para discorrer sobre assuntos diversos, em um formato diferenciado e sem rigidez de tempo. É um trabalho inspirado no Podcast “Salvo melhor juízo”, do Thiago Hansen, precursor dos podcasts jurídicos no Brasil, referência para os demais projetos desenvolvidos pelo país.
O projeto teve início no primeiro semestre de 2019 e foi disponibilizado nas plataformas de streaming em agosto do mesmo ano. Comandado pelos professores – Bruno Lorenzetto e Paulo Schier – do Programa de Pós-graduação (PPGD), do UniBrasil, o “Café Democrático” recebe uma nova integrante para contribuir com os debates do podcast: Professora Heloisa Câmara, docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
De uma conversa de corredor, durante os intervalos entre as aulas, os professores tiveram a ideia de expandir as reflexões do PPGD, unindo três pilares: a paixão pela mídia digital, o amor pelo café e debater temas de interesse público. A partir dessa fusão, surgiu o nome do Podcast: “Café Democrático”, sugerido pelo docente Bruno Lorenzetto, e que o seu colega, Paulo Schier, logo aderiu à ideia e definiu-a como sendo “perfeita”.
“Quando o Bruno [Lorenzetto] sugeriu o nome ‘Café Democrático’ eu concordei na hora. Primeiro porque amo café. Segundo porque nos encontrávamos sempre, em conversas leves, no Café da Escada, no bloco de Direito. Mas também porque o café insinua, ao mesmo tempo, aquela ideia de “punch” energético e de informalidade. Logo, ‘Café Democrático’ era o nome perfeito, inclusive se considerarmos que nosso programa de mestrado tem a democracia como um de seus temas centrais”, explica Paulo Schier.
“A fórmula do sucesso é a persistência”
O podcast “Café Democrático” teve uma boa repercussão entre os ouvintes. Isso se deve, segundo comenta o professor Paulo Schier, aos diferentes formatos contemplados, dentre eles: entrevista, bate-papo, mesa redonda, palestra, aula ou exposição.
Para Schier, o sucesso do programa é resultado do árduo trabalho desenvolvido nos bastidores, no momento de roteirizar, editar e publicar cada episódio. “No mundo do podcast, a fórmula do sucesso é a persistência”, enfatiza o professor do PPGD, no UniBrasil. Ele acrescenta ainda que a produção de conteúdo não visa o número de ouvintes, mas, sim, ajudar as pessoas no “processo de aprendizagem”. Esta ideia é visível no primeiro episódio do podcast, intitulado “Ditadura Militar de 1964-1985”, no qual teve uma enorme repercussão entre os ouvintes, com mais de 2 mil downloads.
Tendo em vista a inserção de vozes no debate social nas plataformas digitais, o podcast ‘Café Democrático’ atinge todos os públicos (dos 17 aos 65 anos). De acordo com as estatísticas apresentadas pelo professor, a audiência do programa é predominantemente masculina. “Infelizmente, em termos de gênero, precisamos melhorar nossa meta de audiência: 70% dos ouvintes são homens e, apenas, 30%, mulheres e não-binários”, lamenta Paulo Schier.
A ascensão do ‘Café Democrático’ possibilitou que o programa ultrapassasse a marca dos 20 episódios, número que, normalmente, é a vida média de um podcast no Brasil. Por ser uma ferramenta de democratização, o Brasil é o segundo país que mais consome podcast do mundo, segundo o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística). Isso representa cerca de 40% da população que tem acesso a Internet, o que equivale a cerca de 50 milhões de brasileiros que acessam o streaming para consumir conteúdo.
Paulo Schier esclarece que a mídia digital se faz cada dia mais presente na vida dos brasileiros, principalmente, no período pandêmico. Schier, inclusive, descarta a ideia de que o universo digital está “emburrecendo” as pessoas. “Havia uma opinião generalizada de que as mídias digitais servem apenas para “emburrecer”, deixar os alunos preguiçosos, incentivar o público a consumir conteúdo fácil sem precisar ler. Mas também percebíamos que o uso dessas mídias era inevitável. Então pensamos: ‘ao invés de ficarmos só criticando, por que não produzir conteúdo de boa qualidade para esse novo público?’. E foi o que fizemos”, finaliza.
Ouça o podcast: https://mla.bs/2e73d230