O Graciosa Country Club, em parceria com o UniBrasil Centro Universitário, B’nai Brith, Solar do Rosário e Casillo Advogados, recebeu na última quinta-feira, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima – membro da Força Tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, para uma palestra sobre o tema. Sua vinda integra a agenda do Projeto Pensando o Brasil, coordenado pela Diretora Cultural do Clube, professora, Liana Leão. O evento contou também com a presença do presidente do Complexo de Esino Superior do Brasil, professor Clèmerson Merlin Clève e da assessora da presidência, professora Wanda Camargo.
Segundo o procurador, a política brasileira é financiada com recursos públicos e a oscilação da economia foi grande aliada para que a Operação Lava Jato ganhasse a consistência e repercussão atuais. “A política brasileira é financiada com recursos públicos desviados, pagos através de propinas e caixas dois e até mesmo de doações ilegais. Esta, basicamente, é a linha de investigação da Lava Jato. A operação é um trabalho grandioso de uma extensa equipe e de um momento econômico adequado. Obviamente que se não tivéssemos em um cenário tão ruim economicamente, talvez os grupos políticos dominantes tivessem conseguido impedir as investigações”, diz.
De acordo com o discurso do convidado, atualmente a Operação Lava Jato atingiu grandes proporções e é impossível de ser impedida, entretanto precisa do apoio contínuo da população. Ao descrever a operação ele enfatizou que não tem como objetivo combater a corrupção, mas sim investigar como o sistema político se financia. “Existem políticas para combater a corrupção. Por isso o Ministério Público do Estado do Paraná propôs as 10 Medidas contra a Corrupção, que alteram nossas leis penais e processuais penais. O sistema político brasileiro deveria funcionar e atingir políticos, executivos e dirigentes estatais. Na forma atual, está apenas atingindo a população pobre. Temos uma política muito cara. Rouba-se para fazer política e campanha eleitoral, por isso a importância em reformular a política e mudar este cenário”.
A discussão foi mediada pela jornalista Lenise Aubrift Klenk e pelo diretor jurídico do Graciosa Country Club, Doutor Luiz Alberto Cartaxo Moura, Delegado de Polícia e Diretor do Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen).