A união de energias, vocações, aspirações, capacidades e recursos para a consecução de objetivos comuns produz excelentes resultados dentro da missão de oferecer ensino de qualidade e formação ética para a vida. Por isso, em parceria com a Prefeitura de Pinhais, o UniBrasil realiza um novo evento cultural e educacional, recebendo Ivo Tonet, mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais e Doutor em Educação pela Universidade Estadual Paulista.
Tonet é professor de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas desde 1980. Autor de dezenas de livros, artigos e seminários, com destaque para “Introdução à Filosofia de Marx”, “Democracia ou Liberdade? ” e “Educação contra o Capital”, tem vasta produção em diferentes áreas: sobre Ciência, textos como A Crise das Ciências Sociais; Ciência: quando o diálogo se torna impossível; Pluralismo Metodológico: um falso caminho.
Em Educação: A Propósito da Retirada da Filosofia e da Sociologia; A Educação Numa Encruzilhada; Atividades Educativas Emancipadoras; Educação e Cidadania; Educação e Concepções de Sociedade; Educação e Meio Ambiente; Educar para a Cidadania ou para a Liberdade?; Interdisciplinaridade, Formação e Emancipação Humana; O Grande Ausente e os Problemas da Educação.
Muitos de seus textos são voltados também ao momento atual, como em: As Tarefas dos Intelectuais, Hoje; Breves Reflexões em Tempos de Eleição.
Sua atuação é reconhecida também na área de Serviço Social, onde dezenas de suas publicações são utilizadas no trabalho em sala de aula ou pesquisas realizadas pelos estudantes.
Segundo o professor Ivo, o termo cidadania se tornou, hoje, uma espécie de lugar-comum, incorporado pelo discurso pedagógico, inclusive o de esquerda. É comum ouvir-se falar em educação cidadã, educar para a cidadania, formar cidadãos críticos, e ressalvadas as diferenças entre os diversos autores, de modo geral, é sinônimo de liberdade.
Ainda nas suas palavras, “contribuir para a formação de cidadãos seria contribuir para a formação – sempre processual – de indivíduos cada vez mais livres e humanos. Poderíamos, porém, perguntar: este conceito de cidadania não estaria sendo utilizado de forma pouco crítica ou seria ele, efetivamente, aceito como sinônimo de plena liberdade humana? Será de fato livre uma sociedade onde vigem plenamente as liberdades democráticas? Será este tipo de sociedade o horizonte inultrapassável da humanidade, isto é, uma forma de sociabilidade aberta ao contínuo aperfeiçoamento? Não haverá uma confusão entre socialidade e cidadania, sendo a primeira um componente da natureza essencial do ser social e a segunda uma categoria histórica e concretamente datada? Não será a cidadania, embora ressalvando decididamente os seus aspectos positivos e a sua importância na história da humanidade, uma forma de liberdade essencialmente limitada? A crítica radical à cidadania implicaria, necessariamente, uma opção por uma forma autocrática de sociabilidade?”
Preocupado com a questão da formação docente para a liberdade, professor Ivo volta a Curitiba, e considera “nos países mais desenvolvidos, estamos assistindo, nos últimos anos, ao desmoronamento do chamado Estado de Bem-Estar Social e do sistema democrático e à ascensão da direita e da extrema direita”.
Por isso, acredita que, em curto prazo, existem indícios de um agravamento muito intenso da conjuntura global, e como consequência da íntima articulação e dependência da economia brasileira para com a economia internacional, uma intensificação da crise, sem que medidas propostas pelo novo governo possam reativar a economia, e que a desigualdade social, o desemprego, a retiradas de direitos e a intensificação da exploração dos trabalhadores se agravarão. Com isso, as lutas sociais também tenderão a se intensificar, o que afetará profundamente o sistema educacional e, evidentemente, a questão da formação docente.
Firme em suas opiniões, professor Ivo representa hoje uma das vozes mais fortes em prol da mudança na maneira de conduzir a educação brasileira.
Concordando ou discordando, é importante ouvi-lo.
Texto: Wanda Camargo