Em 21 de março de 2019, às 19 horas no Auditório Cordeiro Clève, como já se tornou uma tradição no Mês da Mulher, o UniBrasil Centro Universitário homenageará mulheres que, com seu trabalho, empenho e dedicação auxiliam na construção do estado do Paraná, com a realização de mais um Projeto Mulheres Paranaenses.
Nesta data, em que serão contempladas trabalhadoras de destaque em variadas atividades: artistas, empresárias, professoras, políticas, ativistas, todas profissionais de sucesso e importantes para o Paraná e o Brasil, a meta é pontuar a importância de todas as mulheres através destas representantes, e mostrar suas práticas laborais, de cultura, lazer e solidariedade. Cada Escola faz uma indicação de homenageada externa à instituição dentro de sua área de conhecimento, pessoas de relevância em nossa comunidade, como forma de posicionar o UniBrasil quanto à questão de gênero e demonstrar atenção ao trabalho feminino em nossa sociedade.
A engenheira Carina Ulsen honrou o evento aceitando convite para proferir palestra, que terá o tema “Um percurso feminino na Academia e nas Exatas”.
Ela é engenheira, pesquisadora, professora – representa a força da mulher brasileira. Pessoa de vida simples, intensa, profunda nas reflexões e focada nos objetivos; formada em engenharia de minas com ênfase em processamento de resíduos e caracterização tecnológica de matérias-primas minerais (USP, com doutoramento em 2011). É docente da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo desde 2012, com atuação em reciclagem de resíduos de construção e demolição, processamento de resíduos, caracterização de materiais geológicos. Orgulha-se de ser também mãe e esposa.
Com um currículo profissional e acadêmico respeitáveis, Carina atribui suas escolhas iniciais ao incentivo da família, pais e familiares a animavam a buscar respostas para suas constantes perguntas; vinda de um núcleo familiar ativo, empreendedor, com um pai “professor pardal” habilidoso para construir qualquer coisa e realizar trabalhos manuais, a opção pela engenharia seria quase natural, quase, pois seus dois irmãos escolheram a área de comunicação.
“Como eu gostava das disciplinas de exatas, optei pela carreira de engenharia. O vestibular era unificado e só no terceiro ano que escolhíamos a área específica. Por que Engenharia de Minas? Essa é uma resposta difícil de ser respondida pela razão. Inicialmente (a primeira razão) foi amor à primeira vista – era o departamento em que eu me sentia bem (algo como um sexto sentido), depois me chamou a atenção por ser uma engenharia que eu não conhecia e ter tanta relevância na sociedade moderna, mais adiante confirmei que minha escolha fora acertada porque seria o curso que me daria ferramentas para trabalhar com processamento de resíduos (sempre fui ambientalista, desde muito criança, muito mesmo) ”.
“A universidade – como me apaixonei pela área, decidi logo que eu queria seguir estudando mestrado e doutorado. Acho que sempre tive uma inclinação para a docência, e fui criada com a consciência de ter respeito ao professor. A combinação desses fatores culminou na minha atuação como professora universitária, carreira que combina ensino e pesquisa”.
Sempre gostou muito de esportes, jogou vôlei por muitos anos. Afirma que o trabalho em equipe e, as competições contribuiriam muito para sua formação como pessoa. “No esporte, um dia você ganha, o outro você perde, mas não desiste; lidamos com o êxito e com fracasso o tempo todo, e isso nos torna pessoas resilientes (dobra, mas não quebra, rs) ”.
Segundo ela, vivemos em uma sociedade com muitas pessoas focadas exclusivamente no trabalho e muitas que não o levam tão a sério; é difícil encontrar pessoas que tenham equilíbrio nas atividades, nas emoções e ações. “Por muitos anos minha vida foi dedicada exclusivamente ao estudo e trabalho, o que trouxe benefícios. Depois que me tornei mãe (há 16 meses) aprendi muita coisa, principalmente que os pais têm uma influência marcante na vida dos seus filhos, especialmente na infância”.
É praticante de Yoga, no momento em pausa, é algo que a ajudou muito a equilibrar corpo e mente, e silenciar mais a mente para perceber a sutileza da vida. Adora ler, “leio tudo, até rótulos nas embalagens de qualquer coisa. Acredito que ler seja o hábito mais saudável que uma pessoa possa cultivar. Ler transforma, eleva o pensamento…nem sei explicar. No momento (por circunstâncias pessoais) leio muito sobre educação e construção do ser ”.
Quanto às perspectivas futuras, Carina declara “não sou de falar muito de futuro. Acredito muito que trabalho bem feito, fundamentado, com pessoas comprometidas, não tem como dar errado. Pode demorar, mas em algum momento, engrena. O que vejo de muito positivo, é a quebra da barreira homem/mulher. Acredito que lidamos com pessoas, isso não depende de ser homem ou mulher. O preconceito contra mulher/homossexuais/raça etc. seja antes de qualquer coisa uma falta de entendimento e respeito ao próximo”.
Para os jovens que desejam formação em sua área de atuação recomenda: “Poderia ser para qualquer formação – dediquem – se, abracem uma causa e dediquem – se a estudar, a estar comprometido, a estar envolvido (completamente – não é envolvido na teoria – com atenção dividida entre o celular e o trabalho/estudo). Foco. Concentração. Atenção plena. Buscar ir além, olhar para o horizonte, além do seu quadrado, expandir a visão e o pensamento”.
O Projeto Mulheres Paranaenses pretende, ao homenagear mulheres trabalhadoras, ressaltar a participação feminina no desenvolvimento da ciência, das artes e demais atividades humanas, e ao mesmo tempo constituir um espaço de expressão, e assim nos honra profundamente contar com a colaboração da engenheira Carina, que assume sua parte na tarefa de construção de um mundo mais igualitário.
Texto: Wanda Camargo