No UniBrasil Centro Universitário já se tornou tradição celebrar o mês da Mulher, comemorado em março. Todo ano a Instituição realiza o projeto Mulheres Paranaenses, com o objetivo de homenagear mulheres destacadas por suas atividades em vários setores. Em 2017 o evento ocorrerá no dia 15 de março, às 19 horas no auditório Cordeiro Clève
Cada Escola faz uma indicação de homenageada externa à instituição, dentro de sua área de conhecimento. A comunidade interna também indica mulheres pertencentes ao UniBrasil, dentre professoras, alunas e funcionárias.
Isso acontece porque a importância das mulheres, não apenas no processo educacional mas também no desenvolvimento brasileiro, em particular do Paraná, não pode deixar de ser lembrada pela comunidade acadêmica; desde as professoras primárias quando esta era uma das poucas profissões que mulheres podiam desempenhar “fora do lar” e na qual tiveram e têm papel fundamental, até os dias de hoje, em que mulheres são maioria nos corpos discentes e docentes de grande parte das instituições de ensino de todos os níveis e têm ocupado posições de destaque nos setores públicos e privados, de serviços, empresarial, artísticos e outros.
Embora em passos muito lentos, caminhamos, graças ao trabalho de muitas pessoas dedicadas, para a inevitável igualdade de direitos de mulheres e homens.
REGINA MARIA HARTOG POMBO RODRIGUEZ
A homenageada da Escola de Engenharias é formada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde é professora do curso de Engenharia Mecânica, também é mestre em Tecnologia de Alimentos e doutora em Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Engenharia.
Ocupou na UFPR os cargos de coordenadora do Curso de Engenharia Mecânica, chefe de Departamento do de Engenharia Mecânica, representante no Conselho de Ensino e Pesquisa, coordenadora de mobilidade acadêmica na Assessoria de Relações Internacionais e, atualmente é vice-diretora do Setor de Tecnologia.
Regina leciona no curso de Engenharia Mecânica, especialmente nas temáticas relacionadas à área térmica, especificamente as disciplinas de transferência de calor, termodinâmica, mecânica dos fluidos. Sua área de pesquisa realizada junto ao grupo de revestimentos por aspersão térmica.
Desde que entrou na UFPR, ainda como estudante, a sala de aula sempre foi o lugar onde quis estar presente; foi ali que construiu tanto sua formação acadêmica quanto humana. Porém, estar dentro de um setor de Engenharia e Tecnologia, onde a esmagadora maioria é formada por homens, sempre foi um desafio, pois a ideia de que cursos de engenharia são mais aconselhados ao gênero masculino ainda é, infelizmente, uma ideologia dominante facilmente perceptível, considerando que os homens ainda ocupam cerca de 90% das cadeiras da sala de aula e dominam também boa parte dos cargos de professor.
Regina considera que a busca por respeito e direitos iguais precisa tornar-se diária, através da demonstração de que as mulheres são tão capazes quanto os homens. Também acredita que o fato de ser uma mulher dando aula para engenharia mecânica, contribui significativamente para que aquelas corajosas meninas que adentram nos cursos de Engenharia sintam-se mais confortáveis para o diálogo e deixem de se sentir como se não pudessem estar ali.
Desde que assumiu as atividades de coordenação do curso de Engenharia Mecânica e as sequentes, as responsabilidades e deveres aumentaram e passaram a exigir mais de seu tempo. Entretanto, sempre fez o máximo para ser uma mãe presente e conciliar filhos/vida profissional da melhor maneira possível. Assim, seus familiares, em especial os filhos, sempre a apoiaram nos momentos difíceis como uma forma demonstrar que reconhecem a importância do trabalho que realiza. Os finais de semana são momentos dedicados aos filhos, e também ao vira-lata “Vilão”. Embora o tempo seja pouco para o lazer, sempre que possível gosta de ir à praia, passear, ler, caminhar e recuperar energias.
Para as universitárias, diz: “O movimento feminista, que visa nada mais do que a igualdade de gênero e a desconstrução do modelo ‘machista’ de sociedade, encontra-se em um momento muito importante no mundo todo. As mulheres que por décadas ficaram em segundo plano, vendo seus direitos serem reduzidos e desrespeitados, não aceitam mais as coisas desta maneira. Agora, torço para que estes esforços alcancem todos os âmbitos, inclusive o acadêmico, para que este deixe de ser predominantemente masculino e passe a aceitar a igualdade de gênero e respeitar as mulheres da forma digna que merecem. Assim, aproveito a oportunidade para agradecer ao UniBrasil pelo maravilhoso evento de valorização da força feminina e dizer para as mulheres que não desistam dessa luta, que deve ser árdua e incessante, para que possamos construir um mundo melhor do que foi no passado nesta questão de gênero”.
Texto: Wanda Camargo