Antes de falarmos sobre o tema de hoje, é necessário esclarecer o que faz um profissional de Fisioterapia. O trabalho de um fisioterapeuta serve para tratar e prevenir doenças e lesões causadas por fraturas, malformações ou vícios de postura. Através de técnicas e exercícios, o fisioterapeuta atua para restaurar as capacidades físicas e funcional dos pacientes.
Mas, e a Fisioterapia Pélvica, para que serve?
A Fisioterapia Pélvica é uma especialidade que atua na reabilitação das disfunções do assoalho pélvico, que é o conjunto de músculos e ligamentos que sustentam órgãos como bexiga, útero, intestino e tudo que fica na região baixa do abdômen.
O trabalho deste profissional é uma das melhores opções de tratamento das disfunções da área pélvica, visto que pode ser realizado como forma de prevenção antes que a doença se instale e por fazer com que o paciente não precise de tratamento cirúrgico.
Um dos problemas mais frequentes do enfraquecimento da musculatura pélvica é a incontinência urinária. Também existe o risco de queda da bexiga e de útero. Nos homens, também pode causar impotência sexual. Alguns dos motivos para essas disfunções são: falta de exercícios, obesidade, doenças na bexiga, cirurgias que possam ter machucado a área pélvica e até mesmo a gravidez.
Por envolver diferentes problemas, a Fisioterapia Pélvica abrange tratamentos nas áreas de Urologia, responsável pelo sistema urinário; Ginecologia, sistema ginecológico; Coloproctologia, envolve sistema intestinal e estruturas relacionadas; Sexologia e Obstetrícia, responsável pelo Pré e Pós-parto.
3 principais benefícios para as mulheres
Realizar um tratamento com Fisioterapia Pélvica pode trazer diversos benefícios para o paciente como se livrar da ansiedade, depressão e isolamento causados por problemas decorrentes do enfraquecimento da musculatura pélvica. Mas, abaixo listamos três principais vantagens que o tratamento oferece:
– Nos casos de endometriose
Dores na região da pelve é uma das principais reclamações de quem possui endometriose. A intensidade da dor pode variar de mulher para mulher, podendo ser de um simples incômodo a impedir de realizar atividades simples do dia a dia. O tratamento com fisioterapia pélvica pode ajudar a reduzir essas dores, sejam elas fracas ou intensas. Além disso, os exercícios auxiliam na diminuição das dores que costumam ocorrer durante ou após o ato sexual. Esse tipo de fisioterapia contribui também para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, podendo reverter as alterações anatômicas causadas pela endometriose.
– Na gravidez
Durante a gestação, a musculatura do assoalho pélvico é ainda mais exigida por causa da necessidade de sustentar o útero, devido ao aumento do peso corporal e ainda o peso do bebê que está crescendo. A fisioterapia durante a gravidez é utilizada para prevenir incontinências, diminuir dores lombares e pélvicas, redução de inchaço, relaxamento muscular e melhora na respiração. Os exercícios ajudam ainda a preparar o corpo da mulher para o nascimento da criança.
– No pós-parto
Nesta fase, a função da fisioterapia é reeducar o corpo devido às mudanças causadas pela gravidez e parto, tratar possíveis distúrbios e preparar o períneo para atividades sexuais sem desconforto. Os benefícios também incluem melhora na cicatrização e rápida recuperação da parede abdominal, é comum na gestação ocorrer o afastamento dos músculos abdominais, por isso deve-se avaliar e tratar se necessário.
A fisioterapia pélvica não é só para as mulheres
A tendência de mulheres desenvolverem algum problema no assoalho pélvico é muito maior, devido a diferença fisiológica entre elas e os homens, sem contar as alterações hormonais e corporais ocorridas por uma gestação. Mas, a fisioterapia pélvica não é só para o sexo feminino, ela traz benefícios e deve ser realizada pelos homens também.
Nos homens, a musculatura do assoalho pélvico também é de extrema importância, pois ela é responsável por sustentar as costas, o abdômen, a bexiga e o intestino. Ela também envolve a base do pênis e é ativada durante a relação sexual. Deste modo, a fisioterapia auxilia na saúde sexual, urinária e fecal dos homens. Além de tratar a incontinência, pode ajudar com a disfunção erétil e ejaculação precoce, fazendo com que o homem recupere a autoestima e melhore seu desempenho.
Uso da tecnologia no tratamento
Com o avanço e desenvolvimento tecnológico, surgem diversos equipamentos que auxiliam na área da saúde. Com a fisioterapia pélvica não é diferente. Existem opções de aparelhos que podem ajudar tanto no diagnóstico como no tratamento em si, como veremos a seguir:
– Equipamentos de avaliação de diagnóstico
- Ultrassom
Esta é uma tecnologia bastante conhecida e utilizada. Com a utilização de um gel e aparelho com ondas magnéticas, através de um visor é possível ver e avaliar toda a região pélvica. Normalmente, é realizado com a bexiga cheia, o que ajuda a analisar fatores ligados à incontinência. Ao utilizar a ultrassom é possível dar um diagnóstico e justificar o que está causando o mau funcionamento pélvico.
- Dinamômetro perineal
O dinamômetro tem o objetivo de medir a força dos músculos. Através da inserção de uma sonda e com a realização de alguns exercícios físicos, o dinamômetro avalia qual é a força dos músculos do paciente. Com o enfraquecimento muscular, é mais fácil ocorrer disfunções e incontinências, exigindo assim tratamentos específicos de fortalecimento.
- Perineômetro
Este equipamento também mede a força dos músculos do assoalho pélvico, mas através da pressão, e é possível medir quão intenso é o ato de contrair do paciente. Nas mulheres, ele é realizado através da inserção de uma sonda no canal vaginal, que é inflada até uma certa medida. Através de ajustes de níveis, com opções muito baixas, ele ajuda a realizar um diagnóstico bem preciso.
- Eletromiógrafo
Este equipamento serve para captar os impulsos elétricos existentes no músculo. Através de eletrodos, posicionados no assoalho pélvico, e de um equipamento de medição automática, é possível identificar se o músculo está ativo e qual a intensidade do movimento. Com exercícios de contração, é analisado quanto tempo o paciente consegue segurar o estado. Assim, é identificado se os músculos possuem dificuldades ou falhas no período em que está contraído.
– Equipamentos para tratamentos
Existem dois recursos mais adequados para o tratamento, que aliados a orientação de um fisioterapeuta devem levar a uma maior eficiência na atuação. Os equipamentos para essa etapa da fisioterapia pélvica são:
- Dispositivos de biofeedback
Estes dispositivos tem como objetivo analisar a atividade elétrica do músculo. Os resultados dos esforços realizados pelo paciente na região pélvica são obtidos em tempo real. O fisioterapeuta desenvolve os exercícios com o paciente e com a análise simultânea do movimento, através do dispositivo, é possível saber se ele está sendo executado corretamente, podendo assim instruir a pessoas para agir com efetividade.
- Eletroestimulador
Este equipamento serve para fazer com que os músculos da pelve trabalhem corretamente, além de ser uma maneira de fortalecer o assoalho pélvico. Através de uma sonda instalada no canal anal ou vaginal, o fisioterapeuta controla e envia pequenos impulsos elétricos para que atinjam os músculos, que tendem a se contrair.
Importância do fisioterapeuta pélvico
Como podemos ver, o uso desses equipamentos só é possível com a presença de um profissional. Além disso, o fisioterapeuta também é responsável por indicar e ajudar com os exercícios durante o tratamento. Somente o especialista pode avaliar a necessidade de cada pessoa e indicar a atividade adequada. É o fisioterapeuta pélvico quem deve indicar a frequência, a força e o tipo de exercício que deve ser feito. Existem atividades que podem ser realizadas fora do consultório, mas ainda assim é preciso manter o acompanhamento para verificar a evolução e a necessidade da mudança de movimentos, dependendo do paciente.
A especialização
A fisioterapia pélvica possui um mercado muito amplo e precisa de profissionais com formação específica na área, e para poder se especializar nesse ramo, é necessário ter uma graduação em Fisioterapia. O curso de fisioterapia pélvica tem o intuito de atualizar o conhecimento e capacitar o estudante para atuar no tratamento, prevenção e reabilitação de pacientes de diferentes idades, com problemas na região pélvica. O curso tem carga-horária média de 360 horas, como é especialidade da área da saúde, nele encontram-se disciplinas sobre anatomia e fisiologia humana.
Outras especializações da Fisioterapia
Assim como em todas as outras profissões, na Fisioterapia também é possível seguir diferentes caminhos e realizar diferentes especializações. Veremos abaixo as 4 áreas da fisioterapia que estão em alta no mercado, além da Fisioterapia Pélvica:
– Fisioterapia neurológica
O fisioterapeuta dessa especialidade precisa conhecer as funções e características do cérebro, pois ele trabalha para minimizar os impactos e limitações dos pacientes que sofreram alguma lesão no cérebro. Deficiências que causam dificuldades de locomoção e cognição são decorrentes deste problema, pois permitem alteração no sistema nervoso central e periférico. A fisioterapia neurológica atua para intervir nesse tipo de lesão.
Ela trabalha para estimular o cérebro do paciente para que realize as atividades que antes eram feitas com facilidade, mas agora existe a dificuldade por causa da lesão sofrida. Quando a fisioterapia é iniciada logo que a lesão é descoberta, em alguns casos, ela pode reverter o problema. Os pacientes que recorrem a esse tipo de fisioterapia são aqueles que sofreram um Acidente Vascular Cerebral, tiveram traumatismo craniano devido algum acidente, sofrem de mal de Alzheimer ou Parkinson.
– Fisioterapia Desportiva
Nessa especialização, o fisioterapeuta atua no atendimento dos praticantes de esportes. Ele trabalha na prevenção e no tratamento de lesões, com o intuito de deixar o atleta na sua melhor forma e alcançar os melhores resultados. A fisioterapia desportiva ajuda no ganho de equilíbrio, flexibilidade, força muscular e resistência.
Quando o atleta sofre um a lesão, ele recorre ao fisioterapeuta desportivo para iniciar o tratamento de reabilitação, para que possa voltar a praticar seu esporte o mais rápido possível. Normalmente, estes tratamentos são realizados de forma individual, por levar em consideração as características e problemas de cada atleta.
– Pilates
Não é novidade que a prática de Pilates tem crescido muito nos últimos tempos. E essa é uma das possibilidades para o profissional de fisioterapia. Para dar aula de Pilates, o profissional deve ser formado em Fisioterapia ou Educação Física, isso porque os movimentos requerem atenção e alguém que conheça o funcionamento do corpo. Qualquer pessoa pode praticar a atividade, já que os exercícios são de baixo impacto e pouca repetição, além disso, o profissional fisioterapeuta acompanha para respeitar as limitações de cada pessoa.
Normalmente, a aula é realizada por poucos alunos ao mesmo tempo. Entre os benefícios que a prática traz, podemos citar o aprimoramento da coordenação motora, diminuição do estresse, fortalecimento corporal e relaxamento.
– Acupuntura
Para ser acupunturista não é necessário formação em fisioterapia, mas estes profissionais estão notando como essa técnica pode contribuir com o trabalho desenvolvido por eles. Por isso, a acupuntura está cada vez mais ligada com a fisioterapia.
A técnica consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo que estão diretamente ligados a algum órgão. Ela é uma das técnicas da medicina tradicional chinesa e busca a harmonia entre o corpo, alma e mente. De acordo com ela, as doenças são uma quebra deste equilíbrio e a acupuntura vem para restaurar.
A acupuntura tem se tornado uma aliada da fisioterapia, visto que ambas buscam estimular órgãos, músculos e outras partes do corpo. Além disso, as dores sentidas por quem busca a fisioterapia pode ser amenizada através da acupuntura.
Primeiro passo
Como podemos ver, o campo da fisioterapia é bem amplo, mas antes de tudo é necessário ter uma formação na área. O curso de fisioterapia busca formar profissionais que possam diagnosticar, prevenir e tratar doenças e lesões de mobilidade e capacidade física das pessoas.
Aqui no UniBrasil, os alunos saem da faculdade com amplo aprendizado. Os acadêmicos têm uma vivência prática desde os primeiros períodos do curso, com atividades e acompanhamentos em hospitais, unidades de saúde e hidroterapia. Além disso, nosso curso de fisioterapia consegue aliar teoria, prática e pesquisa, através do projeto Qualivida que atende a comunidade externa da faculdade.
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