Caroline Laghari participa do programa como enfermeira de centro cirúrgico
A egressa do Centro Universitário UniBrasil, Caroline Laghari, é formada há 12 anos e em agosto de 2024 começou a participar do Programa Médicos Sem Fronteiras (MSF). Ela participa da organização como International Mobile Staff.
Para ela, trabalhar no Brasil e no exterior foi uma forma de também investir em cursos de idiomas e em pós-graduações que, aliados a seu conhecimento prévio, a ajudariam a criar uma base sólida para atuar em situações e ambientes de alta vulnerabilidade.
“Com certeza foi um período de construção de conhecimento, desenvolvimento de habilidades assistenciais, ganho de experiência e investimento na carreira”, ressalta Caroline.
Fazer parte do Programa Médico Sem Fronteiras (MSF) como International Mobile Staff significa trabalhar em projetos em qualquer país onde o programa atua.
Cada projeto exige um período de comprometimento específico (que pode variar de 6 a 12 meses). Ao escolher esta missão, os médicos e demais trabalhadores precisam estar dispostos a atuar em algumas das regiões mais remotas do mundo, com recursos e comodidades limitados.
Vivenciando uma organização humanitária
A enfermeira reforça que os desafios para atuar no MSF são incontáveis e destaca o fato de que a maioria das ações e projetos acontecem em países com baixa infraestrutura.
“Existem situações de risco como surtos de cólera, difteria, pólio e doenças que são erradicadas ou dificilmente presenciadas e diagnosticadas no Brasil”, explica a egressa, que ressalta também os problemas relacionados ao déficit de pessoal especializado e treinado, além da falta de suprimentos.
Além disso, contextos de riscos como guerras civis (ou conflitos entre países) restringem significativamente a chegada das equipes médicas em locais isolados. Ela relata que até mesmo ações de vacinação da população podem ser barradas por questões culturais e até mesmo por não aceitação.
“Muitas vezes projetos considerados como alto risco aos expatriados restringem a movimentação da equipe em casas ou hospitais, fazendo com que se torne mais difícil interagir com a população em geral”, complementa Caroline.
Para a enfermeira, a equipe multidisciplinar do Médico Sem Fronteiras trabalha com o completo entendimento de que uma profissão complementa a outra.
“Todas as ações dentro do projeto são estudadas em conjunto, assim como as tomadas de decisões. É gratificante ver a força da enfermagem dentro desse contexto, pois possuímos um lugar de fala e grande autonomia no que se refere em melhorias na assistência do cuidado ao paciente”, relata.
Caroline comenta também sobre o papel que sua formação em Enfermagem pelo UniBrasil teve em sua vida profissional.
“O UniBrasil me formou além do conhecimento técnico. Desenvolvendo meu pensamento crítico e a capacidade de tomar decisões em situações delicadas. Agradeço também pela ênfase na assistência holística, que hoje permite que eu ofereça um cuidado de qualidade, aliviando o sofrimento dos pacientes nos aspectos físico, psicológico e emocional”.
Estar no Médicos Sem Fronteiras representa mais do que uma experiência profissional. É uma missão de vida que renova o compromisso de levar dignidade e esperança a quem mais precisa. Por meio de uma formação acadêmica de qualidade e que preze pelo lado humano das profissões, é possível sair da faculdade preparado para participar de programas ou projetos como o MSF.
Sobre o Médico Sem Fronteiras
O Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional criada em 1971, na França, por jovens médicos e jornalistas. Desde então, MSF leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem qualquer acesso à assistência médica.
Além disso, a organização busca chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas atendidas em seus projetos, dando visibilidade a realidades que não podem permanecer negligenciadas.
Atualmente, cerca de 68 mil profissionais de diferentes áreas e nacionalidades atuam no programa e as equipes trabalham em mais 70 países, com 518 projetos.
Segundo dados do Relatório Anual de 2022, 97% do financiamento do MSF é proveniente de doações de indivíduos e da iniciativa privada, caracterizando a organização como independente.
Para trabalhar com MSF, em projetos no exterior, como o de Caroline, é necessário:
- Ter diploma de graduação;
- Ter pelo menos 2 anos de experiência na área de atuação (estágios e voluntariados não contam);
- Possuir disponibilidade para atuar durante, no mínimo, seis meses no exterior;
- Além de domínio no idioma inglês.