Protocolos odontológicos visam alinhar os procedimentos entre os profissionais para promover a prevenção e recuperação da saúde bucal de pacientes com deficiência visual e/ou cognitiva
Procedimento de restauração realizado pela acadêmica, do 6º período, Thais Caroline Alves, do UniBrasil, em paciente com deficiência visual hereditária.
Atendimento humanizado. Esta é a principal característica que define o trabalho desenvolvido na Clínica Odontológica do UniBrasil. Dentre os inúmeros projetos desenvolvidos ali dentro, o iniciado, no segundo semestre de 2022, tem como objetivo: o atendimento voltado para pessoas com deficiência visual e cegas, além de pacientes com síndrome de down.
É notório o impacto do Projeto Integrador na vida dos que passam por ali, tanto no âmbito social, quanto profissional. Isso porque, eleva a autoestima do paciente e permite cuidar da parte estética. A professora Lucienne Ulbrich, especialista em cirurgia bucomaxilofacial, diz que a importância deste atendimento, tecnicamente intitulado de ‘manejo do paciente’, pode “integrá-lo a sociedade”.
Thais Priscila Bonetti, de 28 anos, analista de RH, é uma das pacientes com deficiência visual hereditária, que frequenta a Clínica Escola Odontológica do UniBrasil. Ela chega à consulta acompanhada do marido, Fábio Luis Bonetti, para realizar raspagem nos dentes (que consiste em remover tártaro), radiografia periapical (reavaliar a presença de cáries) e restauração de resina. Procedimentos estes executados pelos acadêmicos Camila Fonseca, Diogo Pontarolo e Thais Caroline Alves, sob a supervisão da idealizadora do Projeto, Professora Fernanda de Caxias.
A paciente Thais conta as dificuldades que enfrentou com o plano de saúde para obter o que era de seu direito: consulta odontológica, por conta das constantes dores na região da face, decorrentes dos sisos que não haviam sido extraídos. “Meu plano de saúde não cobria a parte odontológica. E, aqui, no UniBrasil, foi super simples. O retorno para marcar a consulta foi do dia para o outro”, confessa Thais.
Quando questionada se o atendimento oferecido pelo UniBrasil atendia às expectativas da paciente, ela assentiu com a cabeça. Acrescentou ainda como “uma oportunidade que não poderia perder”. E o UniBrasil deu essa oportunidade”. Segundo conta Fábio, companheiro de Thais, ela foi encaminhada à Clínica Escola pelo Instituto Paranaense de Cegos (IPC).
Para ele, o atendimento é uma mão de via dupla, no qual todos saem beneficiados destes procedimentos (que englobam: limpeza, restauração, tratamento de canal, extração, cirurgia geral e estética), tanto a esposa que precisa deste acompanhamento, quanto os estudantes que estão se preparando para entrar no mercado de trabalho.
Thais Caroline Alves, uma das alunas responsáveis pelo atendimento humanizado da paciente, corrobora com Fábio. “Para nós, estudantes, é um ganho profissional”. Ela continua: “Se aprende, em cada caso, a como tratar devidamente o paciente, na maneira de explicar cada procedimento e no modo de falar”, finaliza.
Este tratamento é especificado como “manejo do paciente”, dentro dos protocolos odontológicos, determinando a forma como o profissional vai conduzir o procedimento. Ou seja, é por meio de normas técnicas-científicas, aliadas à sensibilidade do dentista, que se aplica a abordagem. O intuito desta prática é favorecer a comunicação e evitar quadros de ansiedade e medo do paciente no consultório. Dentre os métodos mais utilizados, estão: distração, mostrar o que está fazendo e reforço positivo.
Da direita para a esquerda, na foto estão: Professora idealizadora do projeto, Fernanda de Caxias; acadêmica Camila Fonseca; paciente Thais Priscila Correa Bonetti; acadêmica Thais Caroline Alves; e o acadêmico Diogo Pontarolo. Todos acadêmicos do 6º período do curso de Odontologia do UniBrasil.
Atendimento na Clínica Odontológica do UniBrasil
Os pacientes interessados em ingressar no Projeto oferecido pela Clínica Odontológica UniBrasil podem entrar em contato pelo número: (41)3361-4255. Esse trabalho conta com aproximadamente 15 alunos do curso para realizar os procedimentos, sob a supervisão dos professores e do coordenador, Ronaldo Carmona de Souza. O projeto integrador especificamente acontece nas quintas-feiras, em dois horários: 08h e 14h.
Ao final do semestre, será entregue a cada paciente com deficiência visual os termos da clínica em braile, uma forma de que todos sejam contemplados e respeitados.
