A ciência da nutrição tem avançado muito nos últimos anos, oferecendo grandes oportunidades para profissionais que buscam a formação como nutricionistas. Mas apesar de todo o avanço na área e a amplitude de acesso ao profissional, parece que algumas pessoas ainda são resistentes ao acompanhamento nutricional, pois julgam ter informações suficientes sobre alimentos e sua relação saúde-doença através da mídia que maciçamente aborda conteúdos como estes em diversos meios de comunicação.
Calcular calorias, distribuir macro e micronutrientes, conhecer sobre alimentos funcionais, fitoterápicos e nutracêuticos, não é mais conhecimento exclusivo aos profissionais com formação em nutrição, pois como mencionado anteriormente há muita divulgação em mídias sobre o assunto, além de existir aplicativos e softwares disponíveis gratuitamente para acesso da população em geral com acesso ilimitado.
O nutricionista clínico precisa atuar muito além disso. É importante saber utilizar todas estas estratégias definindo a melhor conduta em cada situação. Para isto faz-se necessário primeiramente uma avaliação nutricional criteriosa e detalhada, essa sim ferramenta exclusiva do profissional.
Neste contexto, além de utilizar técnicas de avaliação nutricional amplamente estudadas em cursos direcionados exclusivamente a profissionais, existe uma ferramenta disponível e muito importante para uma avaliação diferenciada, que não pode ser negligenciada: a escuta atenta.
Quando uma pessoa procura um profissional da nutrição e confia a ele o cuidado da sua saúde, muitas vezes tem grande dificuldade em explicar o motivo da consulta e apresentar suas queixas, por isso é extremamente necessário que o nutricionista se mostre atento e interessado em auxiliar a pessoa.
A queixa principal pode ser obesidade, diabetes, hipertensão arterial, disbiose, cirrose, insuficiência renal, transtorno alimentar, alergia alimentar, câncer entre outros, mas certamente há muito mais a ser observado do que a patologia em si. Existe um histórico, talvez de anos antes da instalação da doença, histórico de tratamentos anteriores, histórico de vida, contexto familiar, profissional, social, cultural, duvidas, frustrações, pré-conceitos e muito mais questões pessoais, que precisam ser identificadas pelo profissional e este deve auxiliar a pessoa a compreender que tudo isso soma-se a doença principal.
HUMANIZANDO O ATENDIMENTO NA PRÁTICA CLÍNICA
Valorizar o aspecto humano no atendimento não deve ser confundido com ser invasivo. Confiança é algo que se constrói ao longo do acompanhamento nutricional.
Quando se deseja prestar o atendimento humanizado é importante colocar-se na posição da pessoa, buscando entender e compreender ela comum um ser humano único e não apenas mais um nome na agenda de atendimento.
Em um primeiro momento é preciso estabelecer empatia, adotar uma postura mais natural e acolhedora, procurando transparecer sinceridade e olhar nos olhos de forma tranquila.
É importante deixar que a pessoa conclua sua fala, evitando julgamentos e mantendo clareza e segurança nas respostas.
Ao coletar informações sobre tratamentos anteriores, uso de medicações e doenças associadas é importante fazer perguntas para identificar o contexto de vida, duvidas, angústias e frustrações.
Diversos estudos sobre atendimento humanizado comprovam a eficácia do abraço como recurso terapêutico. Mas, temos evidenciado atualmente dentro do atual cenário da pandemia do Coronavírus, que afeto e solidariedade podem ser demonstrados de diferentes formas, independente do contato físico. Muitas vezes um olhar sereno, feição interessada e ouvidos atentos, são eficientes para demonstração de envolvimento, respeito e confiança.
É importante que o profissional nutricionista esteja atento as inovações tecnológicas e mantenha-se sempre atualizado, através de cursos oferecidos por entidades conceituadas, leitura de artigos científicos, conversas com profissionais mais experientes e se possível envolvidos em grupos de pesquisa, mas sem esquecer que o objetivo de tudo isso é para prestar cuidado ao ser humano. Assim terá sua atuação alicerçada na ciência, na ética e na humanização.
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