Academia UniBrasil e curso de Pedagogia recebem Carol Dartora

O Projeto Academia UniBrasil promoverá, em parceria com o curso de Pedagogia, palestra online no próximo 18 de março, às 19 horas, com a Vereadora Carol Dartora, o tema será “Gênero, Raça e Cidade”, assuntos que domina na vida comunitária e pessoal.

Ana Carolina Dartora é professora, feminista, historiadora, especializada em Ensino de Filosofia, Doutoranda em Educação pela UFPR. É também Secretária da Mulher Trabalhadora e Direitos LGBTI da APP Sindicato PR, Militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Movimento Negro.

Foi a terceira candidata mais votada para a Câmara Municipal de Curitiba, garantindo um lugar no Legislativo a partir de fevereiro deste ano.

Com mais de oito mil votos, Carol se tornou a primeira mulher negra a se eleger para qualquer cargo público em mais de 300 anos de Curitiba – nunca houve vereadoras ou deputadas negras na cidade.

Ao contrário de outros negros que chegaram à Câmara, Carol disse em entrevista por telefone ao Jornal Plural (a primeira concedida após o anúncio de sua eleição) que pretende guiar seu mandato pela questão racial. E, claro, também por suas outras bandeiras, como os direitos das mulheres e a defesa da Educação Pública.

“Acho uma pena quando um negro se elege e não se diz representante da pauta racial. Eu não posso deixar de ver o mundo pelo que eu sou, uma mulher negra e trabalhadora”, afirma. Segundo ela, Curitiba tem de parar de tornar invisíveis seus negros. “Não podemos continuar com esse discurso de cidade europeia, há uma imensa população negra aqui”, diz ela.

O discurso da nova vereadora passa pelo acesso à cidade – ou seja: o acesso às políticas públicas, ao transporte, à educação, à cultura.

Apenas oito mulheres foram eleitas para a Câmara de Curitiba, o que representa 21% das cadeiras. Dentre elas estão Carol Dartora (PT), a terceira no ranking da eleição da Casa, com 8.874 votos, e Indiara Barbosa (Novo), a candidata a vereadora mais votada nas eleições municipais de Curitiba neste ano, com 12.147 votos.

Segundo muitos pensadores educacionais, a representatividade é muito baixa. Parecemos considerar que o lugar das mulheres é no espaço privado, e o do homens no espaço público, e elas raramente ascendem aos cargos de poder. Mulheres que participam da política costumam receber críticas que não são feitas para um homem, destacar que Carol Dartora é mulher e negra pareceria algo deslocado considerando o currículo acadêmico e político da Vereadora e a importância e relevância do cargo que ocupará; em um mundo melhor seria mesmo, não se ressalta nunca que algum político eleito é “homem branco”, algo que parece natural.

Mas em nosso mundo, e em nossa cidade na qual desde a fundação da Câmara Municipal em 1693 uma mulher ocupou cargo de vereadora apenas em 1947, Maria Olímpia Carneiro Mochel. E a primeira mulher negra será vereadora somente neste 2021 (no século XXI!) Carol Dartora, cuja eleição ofendeu de tal maneira algumas pessoas que ela foi ameaçada de morte.

Neste mundo é importante ressaltar que, sim, Carol Dartora é mulher, é negra, é feminista, e não veio para conciliar com racistas, machistas, negacionistas, veio para lutar primeiramente pelos direitos das mulheres e homens negros, e pela justiça social para todos. Uma boa cidade precisa ser boa para toda a população.

Serão mediadoras: Andrea Mayer Veiga, mestre em Ciências do Solo, especialista em produção vegetal, graduada em Matemática, Agronomia e Pedagogia, docente do UniBrasil e da rede estadual – fundamental II, Instrutora Educacional de Ensino e Aprendizagem no Gerar pelo Projeto: Petrobras Jovem Aprendiz. Carla Regina Françoia: mestre e doutora em Filosofia, psicóloga, psicanalista, pesquisadora em gênero e sexualidade, que é organizadora dos livros Psicanálise e Gênero: narrativas feministas e queer no Brasil e na Argentina; A prática em pesquisa na formação em Psicologia volumes I e II.

Texto: Wanda Camargo

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